O Vale do Rio Itajaí foi colonizado por
imigrantes europeus,principalmente alemães, que fundaram Blumenau em 1850. No
último quarto de século XIX, os italianos se instalaram nos arredores das
povoações germânicas já existentes. Os descendentes desses povos
preservam os costumes antepassados na culinária, na arquitetura, no folclore,
nas danças e nas festas. A natureza prisvilegiada da região propicia inúmeras
alternativas de ecoturismo e turismo de aventura.
O Vale Europeu tem uma população de 1.100.000
habitantes(2010) numa área de 14.367 km2 e renda per capita de R$
20.218,00.
Blumenau, a maior cidade possui 309.000
habitantes, Brusque 105.000, IRio do Sul 61.198, Indaial 54.800, Gaspar
55.500.
Anualmente dezenas de milhares de pessoas
chegam a Blumenau em outubro para a Oktoberfest, festa movimentada por bandas
típicas, muita alegria, danças, e claro muita cerveja.Pela magnitude que tomou
a Oktoberfest tornou-se a maior festa alemã da América.
Em janeiro Pomerode promove a Festa Pomerana.
A cultura dos imigrantes italianos é festejada
na Anima Italiana em Rio do Sul entre maio e junho, na Festitália
em Blumenau, na Festa Trentina em Rio dos Cedros em setembro, e na La
Salagra em Rodeio, em setembro.
Ficam no Vale os dois mais importantes
santuários católicos de Santa Catarina. O de Santa Paulina em Nova
Trento, que é o segundo mais visitado do Brasil depois do Satuário de Aparecida
e o outro é o de N.S de Azambuja que fica no Vale do Azambuja em
Brusque.
A herança religiosa dos imigrantes alemães
está presente nas igrejas luteranas espalhadas pela região desde a pacata
Agrolandia até a vibrante Blumenau.
O relevo do Vale é um convite ao turismo
oferecendo excelentes condições para os esportes, desde a aventura, uma forte
tradição no uso da bicicleta ainda como meio de transporte e apresentando então
o primeiro roteiro de cicloturismo no Brasil, num percurso total de 300 km por vias secundárias,
trilhas ou margens dos rios percorrendo nove cidades, á partir de
Timbó.
Desde o final do ano passado, nós andarilhos
tinhamos combinado fazer uma caminhada pelo Circuito Vale Europeu Catarinense,
interessante viagem pelos caminhos montanhosos e gelados do estado de Santa
Catarina.
O grupo era o mesmo que no ano passado foi para o
Caminho da Fé(MG e SP), desta vez acrescido de Marta,José Antônio e sua esposa
Elizete. Ele foi de carro até Indaial tendo saído de Vitória dois dias
antes, numa longa porem interessante viagem turística segundo ele
mesmo.Lá se encontrou com filho que reside em Florinópolis
Saímos no dia 2 de junho aproveitando o feriado
de Corpus Christi, uma data que está se tornando preferida pelos
andailhos devido as temperaturas frias/amenas favoráveis às caminhadas de longo
percurso.
O vôo da Gol saiu de Vitória as 8.30 com
destino a Navegantes fazendo escala no Rio.
Quando estacionado,consegui fazer
uma foto no cockpit do Boeing modelo 800, por uma especial cortezia do
comandante, carioca bem humorado que tornou a viagem agradável com informações
precisas e inteligentes no momento do sobrevoo sobre a cidade maravilhosa.
Prosseguiu o vôo ás 10.30 chegando em Navegantes
ás 11.45. Ao chegar a Navegantes o avião fez uma curva acentuada e pudemos
avistar a foz do rio Itajaí-Açu que separa Navegantes de Itajaí, cidade com um
sistema portuário de grande expressão no transito marítmo da região, pois S.
Catarina é sede de importantes indústrias exportadoras de produtos, notadamente
os frigorificados.
O Porto de Itajaí é responsável pela maior parte
das exportações da Região Sul do país e é segundo colocado no ranking
nacional de movimentação de contêineres.
Itajaí é o celeiro de desenvolvimento
econômico e referência nacional em infraestrutura voltada à instalação de
empresas. Polo da indústria naval, já conquistou a vinda de empresas
exportadoras da área de montagem automobilística e também no de vestuário.
Detalhes sobre a cidade leia aqui.
Na saída do pequeno aeroporto já estava à nossa
espera a van da empresa Sky Tour contratada para o translado de 80 km até Indaial, diga-se de
passagem excelente veículo dotado de onze lugares e bastante confortável.
A viagem transcorreu sem problemas pela BR 470,
aquela altura bastante movimentada tendo em vista o feriado. Chegamos em
Indaial lá pelas 14.30 e nos dirigimos imediatamente para o Hotel Fink, onde
nos esperava Giovana, que com sua acolhedora família típica italiana mora no
próprio hotel e possui acomodações simples porém confortáveis.
A essa altura a fome estava pegando e o
restaurante mais perto, o Baiuca estava fechado. Fui com Jorge a uma
churrascaria que ainda tinha comida disponível e lá aplacamos a fome.
Os outros
preferiram esperar pela abertura do Baiuca ás 19 horas. Compramos vinhos num
supermercado local para acompanhar o jantar sendo alí recpcionados pela
proprietária Rose que com sua ajudante de forte sotaque italiano se esmeraram
no jantar. Para não perder o costume JA levou seu equipamento de karaokê
e fez o habitual sucesso.
Voltamos para o hotel onde recebemos as
informações sobre o caminho impressas em um livrinho especial, pegamos as
credenciais e fizemos os acertos financeiros com Giovana.
O livro é de fundamental importancia para as
informações sobre o roteiro e sem ele fica difícil o acerto da rota,
correndo-se sérios riscos de um ou outro desvio. Dormimos ás 23
horas.Contratamos um taxi para levar as mochilas até Timbó.
1º dia- Indaial-Timbó
Após uma noite com sono intercalado- o hotel fica
numa rua movimentada - acordamos bem cedo ainda bastante escuro para o café da
manhã. Com as mochilas despachadas em um taxi alugado, saimos pelas ruas da
cidade debaixo de uma chuva fina em direção a ponte dos Arcos e pegamos a
Av. Brasil.
Sendo um domingo e ainda por cima chuvoso, havia
poucas pessoas na rua, de modo que fomos rápido pela comprida avenida até alcançarmos
o asfalto da BR e cruzá-la com cuidado.. daí caímos na estradinha de terra onde
de fato começamos a caminhada.
Muitas lavouras de arroz de ambos os lados,
olarias e casinhas típicas. Por duas horas seguimos numa rota plana até que
começamos a subir uma serra de forte aclive( foto acima) e cujo percurso levou
mais de 1 hora.
É uma região de mata fechada, raríssimas
pessoas foram avistadas e no alto havia uma encruzilhada que motivou dúvidas,
mas o certo é pela esquerda- aqui há uma falha na rota escrita no livreto, que
não identifica essa bifurcação.
Descemos uma ladeira comprida até Rio Belo, outra
subida forte até chegarmos ao 12 ( nome dado pelos locais) ao Rodeio 12. Já
eram 13 horas. Como estava um pouco á frente, parei para comer um sanduiche
preparado no café da Giovana e esperar ogrupo que chegou logo depois.
Continuamos o caminho naquela estrada
barrenta até Timbó, cidade plana e comprida de muitas casas bonitas, onde
chegamos por volta de 16.30.
Chovia fraco e alcançamos a Praça da Tapioca, onde fizemos algumas fotos. Há no local uma represa e uma ponte pensil que se destacam como atrativos locais.
Fomos direto para o Hotel Colonial, carente
de infraestrutura , pois suas acomodações não são ideais e o café da
manhã foi fraco.Dormimos três num quarto apertado e sem conforto.
Devido ao frio o chuveiro não ajudou em nada.
Após o banho nos dirigimos a uma pizaria próxima, de belo aspecto visual, com
dois ou três ambientes, garçons bem vestidos e atenciosos.
Comemos e bebemos chope( vinho estava muito caro)
de torre para aplacar o frio.
Ao sairmos ainda assistimos um acidente de moto
onde o condutor visivelmente drogado ou bêbado,caiu por excesso de velocidade,
mas sem ferimentos maiores.
Sem muito assunto dormimos ás 23 h, tambem sono
atribulado pelo barulho dos carros na rua ao lado.
2º dia- Timbó-Pomerode.
Saímos ás 6.30h depois de um café simples para um
percurso longo e sinuoso. Seriam 34
km até Pomerode, cidade mais pomerana do Brasil, segundo
eles.A chuva continuava e não dava sinais de parar e porisso fizemos uso das
capas.
Caminhamos por uma boa distancia pelas ruas da
cidade seguindo as indicações do guia (livro) até chegarmos a indicação de
entrar a esquerda e pegar uma estrada lamacenta, onde logo a frente enfrentaríamos
um forte aclive(foto acima).
Nesta subida que dura perto de 1 hora, há um
momento passível de confusão pois deparamos com uma bifurcação. Tomamos o
caminho da esquerda por se mostrar o mais "batido" que de fato era o
correto. Com isso quero dizer que é muito importante consultar
constantemente o guia, pois em caso de dúvida ele está sempre correto,
com a indicação do caminho sempre determinada por uma seta branca.
Ademais por todo o caminho placas indicativas da
direção com a inscrição -Mochileiros- e a seta branca,estão estrategicamente
colocadas nos cruzamentos ou locais onde possa haver dúvidas.
Caminhamos pela estrada barrenta por cerca de
duas horas até cruzarmos uma estrada asfaltada onde paramos para descanso
e um rápido lanche.
Therezinha e Marluce foram na frente e uns dois
km depois a seta apontava para a direita.
Chovia muito e não as vimos. Achei que tivessem
se enganado ttivessem tomado a direção do asfalto. Eu e Nilton fomos pelo
asfalto enquanto os demais tomavam a estrada de terra e subiam a montanha.
Por três horas seguidas eu e Nilton tomamos a
maior chuva dos últimos tempos, ainda agravado pela presença dos carros e
caminhões que passavam muito próximos.
A chuva não deu um minuto de trégua e não
encontramos um mísero buteco para uma cana esquentadora. Durante esse trajeto
não foi possível realizar nenhuma foto.
Passadas estas três horas de intensa chuva, vento
e frio, com minhas botas encharcadas, o Nilton totalmente ensopado,
avistamos uma pequena fábrica de roupas e ao lado uma venda. Entramos e havia
uns alemães tomando cerveja.
Aquela máxima de que alemão gosta de cerveja se
aplicou naquele buteco.Frio danado e os germanos tomando cerveja.
Tiramos as capas e pedimos uma cachaça, mas para
minha surpresa o alemão fez menção de pegar uma 51(aquela do Lula) e
imediatamente suspendi o pedido. Pedi um vinho tinto seco e veio logo
um"campeão" daqueles de garrafão de cinco litros.
Enquanto os alemães tomavam um prato de
"canja de galinha" de dar água na boca, com pé, moela e tudo
mais,tomei logo dois copos e conversamos bastante com os chucrutes.
Mencionamos o fato de que no ES tambem temos a
nossa Pomerania-S.Maria de Jetibá- falei de sua atividade principal que é
a avicultura,sua importancia e costumes de só se expressarem em dialeto pomerano.
Os locais contaram outras histórias, deram
as informações sobre o clima, a chuva, etc e sobre a Pousada Max( acima)
nosso destino. Saimos de novo para, enfrentando a chuva,vencer os restantes 4 km para chegarmos a
Pomerode, colônia criada em 1861 pelos imigrantes pomeranos,
estrategicamente localizada entre Blumenau e Joinville
Mais informações sobre Pomerode clique aqui
Lá chegamos ainda debaixo de chuva direto para a Pousada
Max Pomerode, sendo recepcionadpos por Rose que nos direcionou para um
excelente aposento de quatro camas e eficiente chuveiro quente.
Uma hora depois chegaram os outros andarilhos e
cada qual foi tomar seu banho para irmos jantar mais tarde na Pizaria próxima,
evidentemente regada a bons vinhos.
Alguns andarilhos ainda se aventuraram em um cafe
próximo para saborear um fino chocolate quente, fato que eu mesmo fiz no dia
seguinte tendo ainda comprado umas barras de chocolates típicos da
região.
3ºdia- Pomerode -Benedito Novo
Devido uma leve dor na região lombar, manifestada
na tarde anterior ao me abaixar para amarrar sapatos, e que me fez recordar o
problema que tive ano passado, preferí não fazer esse trajeto, preservando-me
para os próximos.Fui de taxi escoltando as mochilas.
Alí em Alto Benedito não havia nuito o que fazer. Uma farmácia, a igreja luterana,um posto de gasolina, uma lojinha tipo 1,99 e mais nada. Peguei uma carona e fui para Benedito Novo distante 6 km onde fui á agencia do B do Brasil e a uma lan house. Fiz um pouco de hora e voltei para o almoço.
Alí em Alto Benedito não havia nuito o que fazer. Uma farmácia, a igreja luterana,um posto de gasolina, uma lojinha tipo 1,99 e mais nada. Peguei uma carona e fui para Benedito Novo distante 6 km onde fui á agencia do B do Brasil e a uma lan house. Fiz um pouco de hora e voltei para o almoço.
Pocos minutos depois chegaram Jorge, Therê e JA
de taxi vindo de Rio dos Cedros. Acharam mais prudente não realizar o resto do
caminho de 40 km.
Ficamos alí pelo buteco tomando vinho até a chegada dos amigos ás 18 h.
Instalados em seus respectivos quartos- bons
diga-se de passagem-tomaram banho a seguir fomos jantar, claro que regado com
bons cabernets comprados no supermercado de B.Novo. D. Wilma a proprietária a
tudo fiscalizava com olhares desconfiados enquanto o marido Eno ficava no bar
servindo os bebuns de sempre.
Dormimos aquecidos por eficientes cobertores.
4º dia- Alto Benedito- Dr Pedrinho.
Amanheceu.
Escuro ainda começamos a arrumação costumeira para sem seguida tomar um "breakfast" reforçado.
Os amigos saíram cedo com temperatura baixa e por isso mesmo bem agasalhados.
Por temor ainda de prejuízo na coluna, fui de taxi junto as
mochilas, chegando às 9.30 na pequena cidade de Dr Pedrinho que, segundo consta, nasceu onde
existia uma pequena fazenda no Alto do Rio Benedito, pertencente a Fritz
Donner.
Tempos depois com a imigração vinda de Rodeio,Nova Trento, Luiz Alvez e outras localidades menores,deu-se o desbravamento das terras de Dr Pedrinho. Recentemente a comunide despertou para as belezas naturais da região e deu os primeiros passos para o turismo, pois é cercada por belas montanhas,rios e exuberantes cachoeiras.
Tempos depois com a imigração vinda de Rodeio,Nova Trento, Luiz Alvez e outras localidades menores,deu-se o desbravamento das terras de Dr Pedrinho. Recentemente a comunide despertou para as belezas naturais da região e deu os primeiros passos para o turismo, pois é cercada por belas montanhas,rios e exuberantes cachoeiras.
Tem no cultivo do arroz sua principal atividade
econômica. A influencia italo-germanica pode ser sentida nos pratos da
culinária local.
Fui direto para a Bella Pousada, imponentemente
situada no alto da colina de onde avista-se toda a cidadezinha.
Como cheguei mais cedo fiquei,apesar do frio e neblina, andando pela pequena cidade para conhecer seus costumes. A cidade dispõe de uma única agencia, a do Banco do Brasil, situada perto dos correios e da prefeitura(foto abaixo) e do único supermercado.
Não ví muita gente na rua, não ví bares- alías uma característica do vale - as pessoas parecem estar em algum lugar de trabalho ou mesmo dentro de suas casas. Estas de tão belas são caso à parte, uma característica marcante da região colonizada por alemães e italianos.
São na sua grande maioria de extremo bom gosto na arquitetura, sejam elas de alvenaria ou madeira( uma constante o uso de madeira), na conservação e no trato com a jardinagem.
O esmero no trato com jardins e gramados é digno de registro e espanta quem não é acostumado. O colorido das flores é um atrativo que está enraizado na cultura local, fato que se observa em todo o caminho.
Os outros andarilhos chegaram por volta de 15h e fui me encontrar com eles na entrada da cidade. A distancia da pousada situada no alto da colina, espantou alguns mas ainda esticaram os passos para vencer os últimos 1200m.
A Bella Pousada foi uma das tres melhores em que nos hospedamos. Dispõe de acomodações excelentes, com camas macias, lençois e cobertores à vontade.Um banho quente serviu para colocar a musculatura no lugar. O jantar, de excelente qualidade, foi servido às 19.30 acompanhado de algumas garrafas de vinho que trouxemos do dia anterior.
Após esse bom jantar jogamos umas conversas fora e fomos dormir meio embriagados e embalados por um silencio interiorano que há tempos não "ouvia".
4º dia- Dr Pedrinho- Campo do Zinco
Conforme disse a metereologia, a noite seguinte seria a mais fria da temporada, havendo previsão patra a Serra Catarinense( S.Joaquim,Urubici, Urupema, etc) de temperaturas negativas da ordem de -7ºC.
Acordamos ás 5.30h ao som de algumas vacas da fazenda ao lado para, rapidamente, refazer as mochilas que seriam despachadas no taxi e fomos para o reforçado café que nos serviu a Sra Karim, gerente da pousada.
Findo o repasto fizemos as fotografias alusivas e saimos pela úmida ladeira que leva ás ruas da cidadela, atravessando a rua sob o olhar espantado de alguns pedestres que, certamente estariam se perguntando o que um bando de loucos paramentados com capas, gorros, botas e cajados estaria fazendo àquela hora da manhã.
Atravessando a cidade deparamos com os cidadãos na tarefa artística de criação de um tapete de flores para a procissão de Corpus Christi.
Estava bastante frio e rapidamente ganhamos a estradinha que leva a Alto Donner, pequeno povoado do caminho para então pegar a esquerda, descendo em suave declive. Observamos de ambos lados a presença da cultura alemã, como sempre evidenciada pelas casas, jardins e igrejas luteranas de uma só torre.
Atravessamos fazendinhas , terras de cultivo e instalações madeireiras. As serrarias são uma constante na região, fato que se observa pela grande extensão de terras plantadas com pinus e eucaliptos.
Perto das 10.30 cruzamos o asfalto chegando à localidade de Barra S.João, com pequena e simpática Igreja luterana em frente uma lanchonete onde nos deliciamos com raros pasteis.Café com leite e uma meiota tambem foram parte do cardápio.
Saimos pouco depois cruzando uma ponte do Rio S. João em direção a Pousada do Zinco, ainda bastante longe. Nada de novo neste trecho pontuado por inúmeros cursos dágua, cordilheiras cobertas de mata e as incríveis casas rurais,que embora coloridas e ajardinadas com esmero, não correspondiam com a presença das pessoas, pois raramente as víamos, embora soubessemos que lá se encontrravam.Agora... cachorros têm aos montes, em todas elas!Cheguei a contar oito em uma delas.
O tempo corria e o caminho seguia entre subidas e descidas quando nosso prezado cantorilho JA, cansado pelo esforço e com a musculatura dolorida se aproximou e perguntou para mim" onde ficava o serviço de taxi mais próximo"!
Eu, que tive a satisfação de compartilhar bons momentos de conversa com ele nesta caminhada, não pude deixar de apreciar nesse instante o seu bom humor - constante em todo o trajeto - dizendo que na próxima caminhada levaria um gravador para registrar suas interessantes tiradas, quase sempre salpicadas de fina ironia e gracejo.
Mas quando ele disse que estva mesmo muito dolorido, resolví paraar um motociclista- vários deles foram vistos para baixo e para cima em todo o percurso- e perguntar se poderia dar uma carona ao JA até a pousada do Zinco.O rapaz se prontificou e imediatamente saiu com o JA na garupa até a pousada.
Dalí até o Campo do Zinco foi sem dúvida o percurso mais bonito,pois tem-se uma visão geral do conjunto de serras e dos imensos vales da região.
No meio do caminho tinha uma cachoeira... tinha uma cachoeira no meio do caminho....paramos para um descanso e fotos.
Ao nos aproximar-mos da porteira que dá acesso à entrada da fazenda-distante ainda uns cinco km- avista-se a bela Cachoeira do Salto do Zinco, com 76 m de altura e se constitui num dos atrativos mais importantes da região.Dali da entrada até lá enfrentamos uma forte subida que durou das 14 ás 16.50h
Fazia frio intenso, o céu estava limpo e claro e as previsões eram de que haveria forte geada.
Com essa ideia fomos adentrando as desertas terras do zinco, sem cultivo algum ou criações de gado, apenas campos limpos. Uma ou outra cabana de madeira mal cuidade ou mesmo quebrada evidenciavam uma certo ar de abandono. Passamos por uma delas(reformada com 3 quartos que foi destinada aos dois casais) e lá estava o JA à nossa espera, dizendo que a nossa era a próxima.
Prosseguimos até a entrada da casa principal sendo cordialmente recebidos por Andreia e seu marido Haro Kamp,pessoas do melhor trato,que imediatamente nos colocaram em dois veículos-com as mochilas vindas de taxi-e nos levou para a "cabana".
Pelo espírito mochileiro foi importante ficarmos nessas cabanas apesar da casa principal contar com suites luxuosas com acomodações fáceis para até 11 pessoas, gostamos muito de ficar nelas.
De pura madeira, calafetadas, interior simples mas aconchegante, ficamos ali aquela noite muito bem abrigados do frio que grassava lá fora.
Havia lá disponível uma pequena lareira de ferro fundido,toras de madeira,.fósforos , mas bobamente não a acendemos.Achamos que os vinhos seriam suficientes.
Necessário dizer que os cobertores e mantas disponíveis foram suficientes. Apenas o chuveiro assustou um pouco,rs!! também um só para sete pessoas, pudera!
Houve quem dormisse com todas as roupas disponíveis,né mesmo galera?
Às sete e meia fomos brindados com um jantar de excelente qualidade, composto de carne suina assada, files de tilápia ao molho, arroz, saladas variadas, sobremesa impecável de ricota com calda de morango e regada com bons cabernets e merlots que trouxemos. Adquirimos tambem uma garrafa de um tinto de uva italiana "teroldego" ( nunca ouví falar) produzido em Rodeio que concordamos ser de ótima qualidade.Derrubanmos três garrafas devidamente apreciadas com o belo jantar.
Umas tantas horas depois do bom papo com Haro Kamp, exímio conhecedor dos costumes da fauna local,escatologia, geologia, hermeneutica, propedeutica e geografia da região, tendo inclusive morado e estudado na Alemanha, voltamos para a cabana para um repousante sono.
Barulhinhos de uns gambás no teto eu ouví, não falei nada para não assustar a mulherada, mas..... foi parte do negócio!
O
relógio despertou às 5.30. Estava mesmo gelado e não dava coragem de sair de
debaixo daquelas quentes cobertas. Meio a contra gosto levantamos, pois é, e
o problema foi lavar o rosto com aquela água geladíssima da
torneira, então a solução foi ligar o chuveiro.
Arrumadas
as coisas, mochilas fechadas, fomos para o café da manhã, servidos com o mesmo
esmero e qualidade que o jantar anterior. Entrada diferenciada foi aquele
barquinho de mamão papaia sustentando salada de morango foi um achado.
Despedimo-nos
daquele cordial casal, suas filhas e saímos pelos campos gelados do Zinco em
direção a Rodeio.
Pelo
caminho fotografamos as cabanas e constatamos a solidão daquele ermo lugar, sem
cultivo de coisa alguma ou algum gado bovino. Apenas campos isolados e frios.
As
mochilas e o JA foram no taxi, previamente contratado e que na verdade era o
mesmo de Benedito Novo, na pessoas de Sr Edson, figura da melhor qualidade.
Descemos
a íngreme ladeira subida na véspera e rapidamente eu e Elizete, oito km depois,
chegamos a uma encruzilhada onde há um ponto de ônibus e um cachorrinho negro
por mim apelidado de "barack" a nos recepcionar.
Ficamos
alguns minutos ali para comer umas bananas e tomar água.
O
caminho dali para frente não apresentou muitas variações, vimos ao longo da
estrada imensos campos de pinus e eucaliptos que sustentam as serrarias locais
e ainda a constante prsença de belas casas rurais de madeira
Caminhamos
com passos firmes e por volta das 10.40 vimos uma inscrição que Jorge fez no
chão avisando que estava no rumo certo.
Apertamos
o passo e ao longo de uma vasta planície o avistamos ao longe, subindo uma
forte ladeira. Quando o alcançamos já estáva no alto da serra, preparando-se
para a descida.
Uma
pickup nos alcançou e o motorista nos perguntou o que ali fazíamos. Depois das
explicações nos convidou a subir mais uns 2 km morro acima e apreciar o local onde a
empresa dele construía a maior tirolesa do Brasil. Não nos animamos e fomos
descendo a imensa serra em direção a Rodeio, cruzando ainda com alguns
ciclistas que faziam o Circuito no sentido inverso.
Descemos
até alcançarmos um lugarejo de nome Ipiranga onde apreciamos a igrejinha local
de N S de Lurdes estabelecida em 1906.
Várias
casas construídas á beira da estrada não apresentaram sinal de vida, ou seja,
atravessamos toda ela sem ver uma única pessoa
Mais à
frente deparamos com dezenas de estátuas de anjos plantadas á beira do caminho,
ladeando uma enorme do Cristo Redentor. Soubemos que uma pessoa mandara
construí-las, em pagamento de uma graça alcançada.
Continuamos
a descida, sempre cruzando inúmeros riachos que descem daquela imensa serra,
para chegarmos á entrada de Rodeio onde pegamos o calçamentp rumo a pousada da
D.Irene.
Passamos
pela entrada da Vinícola San Michelle, recomendada pelo amigo Haro Kamp da
Pousada do Zinco e que nos servira um excelente vinho de uva italiana de nome
"teroldego".
Ao
passarmos defronte uma fábrica de estruturas de alumínio fizemos uma foto
interessante, refletida no espelho da fachada principal.
Dalí até
a pousada foram mais uns 20 minutos, passando pelo portal da cidade e hospital
do SUS.
Na
entrada da pousada, bela construção moderna, estilosa e sem muros, JA
estava à nossa espera. Fomos apresentados a D.Irene e Sr Dandy, pesssoas
maravilhosas e hospitaleiras.
Rapidamente
fomos encaminhados aos quartos amplos, limpos e confortáveis, onde tomamos
banho para logo depois irmos ao único restaurante local para comermos uns
sanduiches, já que o horário de almoço estava encerrado.
Fomos em
seguida visitar a Igreja matriz de S. Francisco, que abriga ainda um noviciado
destinado aos estudos teológicos dos noviços da região sul do país. Do alto da
Igreja tem-se uma bela visão da imensa serra que descemos, chamada Serra do
Oitenta
Quando
voltamos Sr Dandy já estava á nossa espera nos levar até a Vinicola San
Michrelle, onde degustamos uns bons cabernets. Compramos um excelente vinho em
caixa de 5 litros,
com torneirinha acoplada e ainda algumas garrafas para levar para
Vitória.
Ainda
ele nos levou para conhecer nos arredores um hotel de grande porte hoje
desativado, que abrigava os primeiros caminhantes, situado num parque onde
desponta uma bela cachoeira e que administrado pela prefeitura local, serve de
área de lazer para a a população. Possui área de lazer com barzinho,
balanços,quiosques, etc.
Nesse
meio tempo os outros andarilhos tinham chegado e já estavam prontos para o
jantar. Fomos então para o Caminetto (acima) excelente restaurante situado defronte a
pousada onde tivemos diplomática recepção pelo proprietário Sr Nilton que
nos brindou com farta refeição tipo italiana.
O vinho
completou o cardápio e ao final um bolo serviu de motivo para cantarmos o
parabéns ao José Antônio( JA)
Voltamos
para a pousada para enfim descansar e prepararmos para o dia seguinte, o último
do caminho.
7º dia -
De Rodeio a Apiúna.
Levantamos
um pouco mais cedo que o costume pois o trecho deste dia seria mais curto,
cerca de 19 km.
Alías menos, pois o caminho traçado e constante do livro-guia começa no hotel
desativado bem na entrada de quem vem do Zinco, sendo talvez uns dois km menos.
Tomamos
o café, fizemos as fotos de despedida do simpático casal e runamos para
Apiúna via Ascurra,
cidadezinha cerca de 10 k depois onde se destaca uma bela igreja anexa a uma construção característica de um colégio daqueles que só existiam em ciddes do interior absolutamente católicas
cidadezinha cerca de 10 k depois onde se destaca uma bela igreja anexa a uma construção característica de um colégio daqueles que só existiam em ciddes do interior absolutamente católicas
Caminhamos
pelas ruas frias ainda desertas até um ponto onde fizemos fotos alusivas ao km
200, até chegarmos por volta das 11 hora ao lugarejo denominado Guaricanas,
onde paramos para descanso, lanche e conversa com um casal que saia da igreja local.
Prosseguimos
agora em passos mais rápidos pois o final estava próximo, sempre acompanhando o
rio Itajaí-Açu ao nosso lado esquerdo.
Quando
avistamos a ponte pensil sobre o rio vimos além as torres da Igreja de
Sant"Ana, nosso ponto final. Foi com alívio e alegria que percorremos os
metros finais para então no interior da igreja, fazermos nossas orações de
agradecimento pelo sucesso do caminho em que nada desgradável acontecera.
Dali
fomos para um restaurante nas proximidades(acima com a simpática proprietária) onde passamos alguns momentos de
descontração, bebericando umas cervejas e o resto da meiota que o A.Falcão
ganhou no dia anterior.
Como
o JA trouxe as mochilas de Rodeio, passamos todas para a van que nos levaria a
Navegantes.
Nesse momento nos despedimos do JA e família, que acompanhado do Jorge tomaram o rumo de Urubici, Urupema e São Joaquim para curtirem um "friozinho", uma vez que aquilo que passamos não deu nem para fazer cócegas,rs!!
Nesse momento nos despedimos do JA e família, que acompanhado do Jorge tomaram o rumo de Urubici, Urupema e São Joaquim para curtirem um "friozinho", uma vez que aquilo que passamos não deu nem para fazer cócegas,rs!!
Lá
foram eles e nós para Navegantes na movimentada BR 470.
Chegamos por volta de 16 h e tomamos o Flat Aeroporto, imponente nome para um fraco hotel.Nosso quarto não tinha chuveiro adequado e tomamos banho frio. Lá fora deveria estar uns 7ºC!! Tomei uma foto da praça com o aeroporto em frente.
Chegamos por volta de 16 h e tomamos o Flat Aeroporto, imponente nome para um fraco hotel.Nosso quarto não tinha chuveiro adequado e tomamos banho frio. Lá fora deveria estar uns 7ºC!! Tomei uma foto da praça com o aeroporto em frente.
Depois
de estabelecidos e arrumados fomos ao sagão do aeroporto fazer uma hora e a
seguir para uma pizzaria degustar uns chopes, ouvindo um cantor que teimava em
imitar o JA!!
Voltamos
ao hotel para a última noite catarinense.
8º
dia- Navegantes-Vitória
O
barulho dos aviões no aeroporto em frente nos acordou e assim com esse
despertar, começamos a arrumar as mochilas para enfrentar a última viagem.
Tomamos
o café, fizemos o acerto financeiro com a gerencia e no aeroporto ficamos
aguardando a hora do embarque, que se deu ás 10 h, durando o vôo 1h 15 até o S.
Dumont.
Lá
chegando colocamos as mochilas nas costas, o que certamente causou espanto aos
cariocas por verem o desfile de uns abusados mochileiros. Deixamos tralha
no maleiro do lado de fora do aeroporto e pedimos a um taxist que nos levasse
até o boteco da LApa que ele mesmo gostaria de ir.
Levou-nos
ao Capela Nova, escelente casa de refeição de arquitetuta condizente ao local
do Rio antigo, com azulejos portugueses do século passado ou atrazado sei lá,
on de derrubamos uns chopes e uma cachaça honesta.
Findo o repasto saimos apé pelass ruas do Rio antigo, fotografando os casarões e os inevitáveis arcos.
Findo o repasto saimos apé pelass ruas do Rio antigo, fotografando os casarões e os inevitáveis arcos.
Fica
aqui o registro daquilo que tempos antes um certro diretor tetral levou uma
peça chamada "Greta Garbo quem diria, acabou o Irajá.
Digo
então que:
"
Os Andarilhos Capixabas quem diria, acabaram na Lapa"
"Imagens
do Rio antigo,
Berço
de grandes vultos d história,
A
Lapa de hoje,
A
Lapa de outrora
Que
revivemos agora"
Vitória,
16 de juho de 2012